0 Decesso Feliz.

Era uma vez, num vilarejo, uma menina que se chamava Alegria. Alegria, desde criança sempre fora muito animada. Seu entusiasmo era contagiante. Sempre andava sorrindo e levando uma sensação boa a todos que relacionavam-se com ela. Crescia e criava amizades tão fortes ,que nem mesmo sabia ,devido ao seu carisma. Alegria e seu amigos foram crescendo e conhecendo mais e mais pessoas. A adolecência já dava o ar da graça e os problemas de Alegria começavam a aparecer. Na escola, era reprimida pelo seu jeito de ser. A achavam enjoada, chata, irritante. O amor começava a bater a porta de seu coração, mas o cupido nunca foi ao seu favor. Era sempre a última opção. Apesar da dor , o sorriso nunca saia de seu rosto. Certa vez me contara, que seu sonho era casar com um certo rapaz. Eu achava aquilo um absurdo, mas ela tinha fé. Escreveu-lhe uma carta falando de seus sentimentos, mas ele a queimou. Chorava com a desilusão, mas continuava a ama-lo. "Desiste disso Alegria!", diziam as pessoas, mas ela respondia: "Um dia irei casar com ele!" com o sorriso devolta ao seu rosto. Porém , seu sonho tornou-se impossível. Um dia, caminhando por uma rua deserta do seu bairro chamada Vida, deparou-se com uma luz muito forte que arrancou seu coração com as mãos, e levou sua alma. Alegria se fora. Nada fazia sentido, mas ela já não estava mais ali. Seus sonhos,  suas frustações, seu casamento. Todos desapareceram. Depois de muita procura, encontraram-na na floresta, entre os eucaliptos, deitada. Seu rosto pálido refletia a luz do sol. Seus músculos faciais esticados, seus dentes brilhantes refletiam o esplendor do gesto. Segurando um lindo buquê de rosas, ela sorria. Apesar da morte, ela conseguira se dar um final feliz.

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